domingo, 3 de março de 2013

O taxista

Osvaldo estava estacionado com se taxi na porta de um shopping esperando por clientes. Ele adorava seu trabalho, sempre conversava com gente diferente e até estranhas no modo de ser, depois de 23 anos de trabalhando como taxista ele pensava que já tinha visto de tudo. Já eram nove da noite de um domingo e ele estava pronto para ir embora, sua próxima corrida seria a última do dia. 

“Esta livre?” – perguntou uma jovem que não devia passar dos vinte anos se aproximando do carro.

“Claro.” – respondeu Osvaldo abrindo a porta do taxi.

“Vamos para minha casa nesse endereço.” – disse a moça entregando um papel ao taxista.

O lugar ficava a meia hora do shopping, a passageira esteve sempre silenciosa, mesmo quando ele fazia uma pergunta ela somente respondia acenando com a cabeça. Em um momento do trajeto ela começou a chorar.

“O que foi? Posso fazer algo para te ajudar?” – perguntou o motorista preocupado.

“Só me leva para casa estou com saudades da minha mãe.”

Após chegarem ao local a jovem desceu do carro e disse que voltaria dentro de pouco tempo para lhe pagar. Vários minutos se passaram, mas garota não havia retornado. Osvaldo impaciente desceu do carro e tocou a campainha, uma mulher já de meia idade abriu a porta.

“Desculpe-me senhora, mas é que eu estou esperando já tem muito tempo no carro e eu tenho que ir embora, a senhora pode chamar a moça que entrou alguns minutos atrás para ela me pagar?”

“Não sei do que o senhor esta falando, aqui ninguém entrou, estou com meu marido e moramos somente os dois aqui.” – respondeu a mulher.

“Que isso, peguei a menina no shopping e a trouxe até aqui. Tinha mais ou menos dezoito ou vinte anos, cabelos longos castanhos e pele bem clara, ela estava até chorando, dizia que sentia saudades da mãe.”

Sem dizer nada a mulher entrou na casa e voltou com uma fotografia na mão.

“É essa a garota?” – perguntou ela mostrando a foto a Osvaldo.

“Essa mesmo.”

“Impossível, ela é minha filha, porém ela faleceu a mais de cinco anos em um acidente de carro quando voltava do shopping com alguns amigos.” – respondeu a mulher deixando as lagrimas escorrerem por seu rosto.
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